O artista francês Sebastian Bouchard desenvolveu essa peça para uma exposição em Dakar, no Senegal, e deu-lha o nome de “C’est La Crise”. A peça inspira-se na situação economica mundial atual.
O objeto todo mundo conhece, é a boa e velha cabaça. Esse tipo de cuia é muito usada na África, para cozinhar, armazenar grãos, coletar água, de forma que se tornou um dado cultural do continente. É um objeto muito, muito simples, e que em valor custaria menos que R$ 2,00, mas que é extremamente útil, e utilizado o tempo todo por toda uma população. A pegada do artista aqui foi questionar o verdadeiro valor de tudo que utilizamos. Nós realmente damos valor àquilo que é essencial? E o valor que damos para as futilidades e “necessidades inventadas” pelo modo de vida consumista e pelas convenções sociais? O que realmente mede o valor de um produto? E finalmente, o que é de verdade, essencial, coisas que nós verdadeiramente precisamos para existir nesse planeta?
E é claro, pintar a cabaça com a marca da Louis Vuitton é extremamente prvocativo: todo mundo sabe que uma bolsa com esse mesmo grafismo que ele pintou na cabaça pode custar uma fortuna – literalmente. E, falando a verdade, é uma bolsa que não é melhor que qualquer outra bolsa de qualidade.
E tudo isso, ainda, incluindo o pensamento de crise. Talvez todo o conceito de crise que assola algumas partes do primeiro mundo, e em alguns círculos abastados do nosso terceiro mundinho seja simplesmente a impossibilidade de consumir futilidades… (eu nunca vou esquecer a socialite que disse que para se proteger da violência trocou seu jipe de luxo por uma Pajero – quanto sacrifício). E interessante porque essa semana mesmo eu estava lendo sobre famílias americanas que decidiram não comprar nada que fosse realmente útil por um determinado período (um ano, por exemplo). E o que elas descobriram foi que elas estavam aproveitando a vida muito mais, e ao final de um ano, eles não voltaram ao estilo de vida consumista de antes. Bom, isso dá pano prá manga, mas é uma das facetas que a obra sugere, devem ter muitas outras… opiniões, alguém?
E aqui vai uma foto muito linda, só para ilustrar esse pensamento que, para mim, só mostra o quanto a gente é louco…
Via: designboom
1 comment
Olá. Achei demais a ideia do artista em fazer esse tipo de questionamento quanto a nós darmos valor a coisas supérfulas e fúteis e desvalorizar o que realmente é essencial. A nossa percepção de status é muito ridícula, pois é tudo em torno de uma marca, um nome.
Não importa se é uma tigela de barro de valor simbólico, pois se tiver um nome estampado pagarão uma fortuna pelo objeto.
A sociedade supervaloriza o desnecessário, por isso estamos cheios de lixo sem saber onde pôr mais entulho, além de estarmos rodeados de gente sem conteúdo, superficiais e egocêntricas.
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