Conversamos com a UX/UI Designer Ivy Huang, de Singapura. Ela contou como foi sair da carreira de Fashion Design para entrar na área de Experiência do Usuário.
O mercado de Design de Experiência do Usuário (UX Design) tem apresentado forte alta nos últimos anos. Com grande demanda por profissionais qualificados, muitos designers têm migrado de área atraídos por melhores práticas de design, processos de trabalho menos caóticos e estressantes do que das agências de design e publicidade e realização profissional.
No Medium, li um artigo excelente da designer Ivy Huang, de Singapura. Nele, ela contava em detalhes como foi o processo de experiência do usuário em um de seus projetos realizados no bootcamp de UX/UI Design. Ela foi gentil de responder algumas perguntas que eu tinha e topou dar uma entrevista para o Boteco contando um pouco da sua história, saindo de uma carreira de Fashion Design e entrando no mundo de UX/UI Design.
“Não foi uma decisão fácil, já que eu precisei pedir demissão do meu trabalho. Entre descobrir o que era UX até entrar no curso, levei quase 6 meses”.
1 – Ivy, conta pra gente um pouco sobre você. Quem você é, onde você nasceu, o que você gosta de fazer no seu tempo livre?
Olá! Eu sou a Ivy – uma singapurense-chinesa nascida nos anos 90. Fui criada em uma família grande com 7 pessoas e cresci em um ambiente que era totalmente desconectado do design. Como muitas famílias asiáticas, meus pais e irmãos achavam que eu iria estudar ciências, contabilidade ou direito, mas eu tomei uma decisão, daquelas que muda a sua vida, de estudar design quando eu tinha 17 anos. Meu primeiro ano não foi muito fácil e eu não tive muito apoio da minha família – eu não os culpo, já que é um assunto e uma indústria que vem de fora e pouco difundido por aqui. Consegui ter resultados acadêmicos muito bons depois do meu primeiro ano, e os mantive nos anos seguintes. Desse ponto em diante, minha família me deu todo seu apoio nas decisões que eu tomei sobre a minha carreira.
Eu passo a maior parte do meu tempo assistindo Netflix com o meu cachorro, lendo, comprando itens de moda e cosméticos, e tendo boas refeições com meus amigos.
2 – Você tem um diploma em Fashion Design. Trabalhou durante algum tempo na indústria na moda depois de se formar. Mas agora você é uma UX/UI Designer. O que te levou a essa mudança?
Eu lembro que isso aconteceu quando eu estava no trabalho – naquele momento eu esteva trabalhando como designer de calçados por quase um ano, mas estava insatisfeita com o meu ambiente de trabalho. Eu comecei a questionar meu futuro e o impacto do meu trabalho. Fast Fashion é sobre tendência e estações: os produtos têm uma shelf life extremamente curta e podem se tornarem gastos e serem descartados com facilidade. Eles são baratos, facilmente acessíveis e substituíveis, e por conta disso, as pessoas não têm nenhum valor sentimental em suas peças, e as enxergam como uma necessidade subestimada. Eu olhava para as centenas de sapatos nas prateleiras do nosso estúdio e percebi que eu estava criando para a vaidade das pessoas. Isso me atingiu com uma força muito grande, e eu disse para mim mesma que não era isso que eu queria fazer para o resto da minha vida e precisava mudar.
Consegui uma transferência na empresa para o time de Design Gráfico – que era algo que eu já tinha interesse por muito tempo (eu passei alguns meses procurando universidades e escolas privadas mas acabei não aceitando nenhuma de suas ofertas). Durante o meu tempo como Designer Gráfico, eu acabei conhecendo o Medium e User Experience. Eu me lembro de passar horas no Medium lendo artigos incríveis em casa ou no trem. Eu estava explicando para a minha irmã num domingo sobre minha descoberta em um encontro familiar, e podia sentir a adrenalina fluindo no meu corpo, algo que eu não sentia há um bom tempo. Esse foi o meu chamado.
Alguma semanas depois, eu decidi me matricular no curso de User Experience Design Immersive na General Assembly de Singapura. Não foi uma decisão fácil, já que eu precisei pedir demissão do meu trabalho. Entre descobrir o que era UX até entrar no curso, levei quase 6 meses.
3 – Depois que você fez o curso na General Assembly, o que mudou em você, seu processo criativo, sua abordagem no design?
Em termos de processo criativo (Fashion Design e User Experience compartilham algumas similaridades), você sempre começa uma coleção com pesquisas de mercado e de tendências, seguidas por um análise dos dados e a criação de um Range Plan (e um plano de orçamento) do que será trabalhado na temporada. Depois nós iniciamos o processo de design, desenvolvimento de produto e lançamento (você pode encontrar um diagrama de processo que eu fiz aqui). Após o lançamento, nós verificamos a performance das vendas e usamos esses dados para a próxima coleção. As diferenças no processos são detalhes, conteúdo e metodologia. Fora isso, elas são bem similares.
Eu acredito que a maior diferença ou o que mudou em mim foi minha atitude e perceção sobre design. Em moda, muitas decisões de design acabam sendo por gosto pessoal e estilos. Você pode gostar muito de alguma coisa, odiar, ou não te incomoda nem um pouco que você não se importa. Todos os Fashion Designers com os quais trabalhei (e me incluo nesse grupo) têm um gosto pessoal e uma crença muito forte e definido a respeito de moda, e isso pode ser uma faca de dois gumes em design. Isso pode tornar o trabalho mais difícil já que requer muita habilidade de comunicação, inteligência emocional e confiança para trazer as suas ideias para a mesa.
De qualquer maneira, em User Experience Design, desaparecem o seu ego, preconceito ou qualquer mindset idealista que você tenha. Eu precisei aprender a arrancar essa pele, permanecer neutra e pensar pela perspectiva do usuário. Meus designs não são mais sobre mim, sobre pelo que eu me importava ou pelos meus valores. Eu tenho que pensar me colocando no lugar de milhares e milhões de pessoas lá fora que vieram de diferentes regiões geográficas, bagagem cultural e ambiente, pessoas com as quais nunca me encontrei e nunca conversei. Eu acho que isso que é tão excitante e inspirador quando se fala em User Experience.
4 – Foi fácil se adaptar trabalhando como uma UX/UI Designer?
Foi um caminho das pedras no começo, mas depois foi ficando mais suave aos poucos. A dificuldade não foi em aprender novas skills me adaptar para um novo processo/ambiente, mas adaptar a atitude e mindset de um UX Designer. Se você está pensando em migrar para UX e está lendo isso, não se preocupe com correr atrás das skills e tecnologias. Skills, informações e processos são conhecimento facilmente transferíveis. Atitude e mindset são intangíveis e únicos em você. Foi a razão pela qual eu escrevi um artigo no Medium que fala sobre o aspecto emocional de se tornar um UX Designer.
Durante a minha primeira semana no curso, muitos dos meus colegas, inclusive eu, nos afastamos do ponto principal do briefing e tivemos que refazer nossos projetos. É nessa situação que você aprende a abrir mão do seu ego e do viés que carrega. Em um ambiente real de trabalho, você lida com stakeholders, clientes e colegas com percepções diferentes sobre experiência do usuário. Essa é a parte na qual você tem que ouvir, relativizar as opiniões e se mover pelo projeto sem esquecer a experiência do usuário.
5 – O seu background em Fashion Design ajudou na sua nova carreira?
A resposta é… não! Hahaha! Atualmente eu trabalho em uma agência digital e muitos dos projetos, clientes ou convidados são relacionados com pesquisa, tecnologia e desenvolvimento de negócios. Minha formação em Fashion Design serviu mais como uma base de design e algo que me moldou na designer que sou hoje. Também contribui muito como uma skill para a vida. Você sabe se cada dólar e cada centavo que você está pagando por um produto vale a pena. Você toma decisões mais sábias nas suas compras porque você sabe se o item funciona para o seu estilo de vida, formato do corpo ou outros itens do seu guarda-roupa. Esse meu background em Fashion Design também é quase sempre a fagulha que inicia as conversas em quase todos os lugares que eu vou!
6 – Qual é o seu principal conselho para alguém de fora do design que está cogitando trabalhar com UX Design?
Eu aconselharia que comece como eu fiz: primeiro, leia muito e entre de cabeça em UX. Depois, decida se é para você ou não. Você pode pedir conselho para seus amigos, colegas e até de outros UX Designers. Mande um email pra eles, uma mensagem no LinkedIn, um tweet ou deixe um comentário em seus artigos no Medium. Eu tenho certeza que todos estão dispostos a ajudar sempre que puderem. Mas tenha em mente que a decisão final está nas suas mãos e você não deve ser influenciado ou pressionado para tomar uma decisão.
Se você decidir que é o que você quer, considere algumas opções para fazer a transição e escolha a que mais se adaptar às suas circunstâncias e seu estilo de vida. Você pode fazer um curso após o horário de trabalho, pedir demissão e fazer um curso intensivo, tentar um estágio ou um trabalho em tempo integral, etc. Como qualquer mudança de carreira, leva tempo, exige dedicação e perseverança.
7 – Você tem algum livro, podcasts, blogs ou websites que te inspiram?
“A Designer’s Code of Ethics“, do Mike Monteiro, foi um dos primeiros artigos que me inspiraram a entrar em UX. Livros de UX como “Don’t Make Me Think, Revisited by Steve Krug“, “100 Things Designers Needs to Know About People“, da Susan Weinschenk, e “About Face: The Essentials of Interaction Design” são livros que eu recomendo a leitura.
Algumas imagens do projeto para a Popular Holdings, desenvolvido por Ivy em seu bootcamp de UX Design na General Assembly de Singapura:
Você pode encontrar Ivy Huang no Medium, LinkedIn, Twitter, Instagram ou no seu site pessoal.
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